terça-feira, 19 de março de 2013

LUIZ MARANHÃO FILHO DEIXA O MAGISTÉRIO


Ao atingir os seus 80 anos de vida, o jornalista e professor universitário Luiz Beltrão Cavalcanti de Albuquerque Maranhão Filho toma a decisão de se desvincular das atividades de magistério que vinha  exercendo desde os anos 70. Ao regressar de uma residência de 6 anos no Rio de Janeiro, onde atuou na redação do “Diário Carioca” e na assessoria de comunicação do Banco Industrial de Campina Grande, do grupo Newton Rique,  o pernambucano, nascido no Recife, vinculou-se ao ensino médio, na Academia Santa Gertrudes , de Olinda, introduzindo o ensino de redação com vistas ao vestibular. Assumiu o ensino superior,  há 40 anos atrás,  na Faculdade  de Ciências Humanas de Olinda – FACHO – e na Escola Superior de Relações Públicas – ESURP. Na mesma época, assumiu a Direção Administrativa do Núcleo de Televisão e Rádio da Universidade Federal de Pernambuco. Concursado na mesma universidade, em 1980, para o cargo de professor universitário, no Departamento de Comunicação Social, atuou  nas modalidades de Jornalismo, Rádio e Televisão e Publicidade e Propaganda, onde permaneceu  até o ano de 2002, quando foi atingido pela “Compulsória” que o levou à aposentadoria federal, juntamente com a atividade de rádio e televisão. Mesmo assim, não encerrou o magistério, vinculando-se à Faculdade Mauricio de Nassau, nas habilitações de Jornalismo, Rádio e Televisão e Publicidade e Propaganda, sendo posteriormente destinado à implantação do Curso de Cinema Digital e, em seguida, à criação da Rádio Nassau, no sistema WEB.  Afasta-se agora para se dedicar, integralmente, á produção de livros didáticos e de ficção, sendo os seus mais recentes lançamentos, a pesquisa “Raízes do Rádio”, onde comprova o pioneirismo nacional da Rádio Clube de Pernambuco, bem como o original “3 Contos de Réis”, relembrando o primeiro salário recebido, quando de sua iniciação no “Diário de Pernambuco”  em 1948. Sua atual referência é o “Instituto  Histórico de Olinda”, em cuja presidência está desde 1985. Sito à Avenida Liberdade, 214, Praça do Carmo ,  Olinda (53020-030) e telefone (81) 3439-3507. Em plena vida artística e literária, Luiz Maranhão Filho tem atendido estudantes concluintes da área de Comunicação  Social, para orientação de seus projetos de conclusão de curso (PCC) em diversas faculdades do nordeste. Pertencente ao Rotary Clube de Olinda, o jornalista vai integrar a nova diretoria  da entidade para o biênio 2013/ 2014. Morador perene e intransigente de Olinda, não pretende se afastar de seu ninho para curtir a vida que ainda vê pela frente.

Com a colaboração do prezado companheiro Luiz Beltrão Cavalcanti de Albuquerque Maranhão Filho

Pesquisador venceu o Prêmio Luiz Beltrão 2011 de Maturidade Acadêmica


O professor tem graduação em Direito, com mestrado em Direito e Doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Foi diretor da TV Universitária e das rádios universitárias FM e AM da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), além de ter lecionado para os alunos de comunicação da faculdade. Atualmente, integra uma linha de pesquisa sobre Mídia Sonora no Intercom e afirma que o rádio ainda é um dos principais meios de comunicação do mundo. Em entrevista exclusiva ao Globo Universidade, Luiz Maranhão fala sobre a carreira profissional e suas pesquisas..
Antônio Carlos Hohlfeldt e Luiz Maranhão na cerimônia de entrega do Prêmio Luiz Beltrão 2011 (Foto: Daniela Nader)Antônio Carlos Hohlfeldt e Luiz Maranhão na cerimônia de entrega do Prêmio Luiz Beltrão 2011
(Foto: Daniela Nader)

Globo Universidade - O senhor já foi diretor da TV e das rádios universitárias da UFPE. Como foi esta experiência?
Luiz Maranhão - Eu tenho 60 anos de profissão. Comecei no Diário de Pernambuco em 1948, entrei fazendo crônica e crítica de teatro e rádio. Meu pai foi um dos fundadores. Quando cheguei na faculdade, já tinha experiência como profissional, andei em agência de propaganda e de comunicação. Além disso, estava implantando o teleteatro na TV Itapoan de Salvador. Em 1964, eu estava no Rio de Janeiro, implantando o teatro carioca. Tenho essa experiência de mercado comum antes da universidade. Em 1972, assumi a chefia de produção da TV Universitária - criada em 1968, na época em que a região Nordeste possuía cerca de 200 mil televisores, com o objetivo de oferecer cultura, lazer e informação para a população e de propiciar aos estudantes um espaço para colocar em prática os conceitos aprendidos em sala de aula. Foi a primeira TV educativa do Brasil. Toda experiência profissional levei para academia e só me aposentei no ano 2000, pela TV. Em 2002, me aposentei como professor.

GU - Qual foi o diferencial de levar a experiência profissional para a academia, na sua opinião?
LM - Quando cheguei na faculdade, os jovens entravam no curso visando o mercado, muito mais do que teorias. Depois, a academia foi invadida por teóricos que combatiam o mercado. Tenho ex-alunos famosos que passaram pelas minhas salas de aula na UFPE. Inclusive o grupo que faz o cinema pernambucano hoje, grande parte dos profissionais foram meus alunos. O Marcelo Gomes [cineasta pernambucano], meu ex-aluno, ganhou o prêmio em Cannes. Hoje, mesmo aposentado, estou no batente e faço questão de dar ao jovem a visão de mercado.
Luiz Maranhão (Foto: Daniela Nader)Luiz Maranhão venceu o prêmio na categoria Maturidade Acadêmica (Foto: Daniela Nader)
GU - De toda a contribuição que o senhor deu para a Comunicação, a seu ver, o que foi o mais importante?
LM - Eu escrevi vários livros didáticos, dirigidos à formação. Eu era do tempo do nariz de cera e, quando cheguei no Rio, tive que me adaptar. Eu sempre faço questão que meus alunos conheçam o passado para não repetir erros e essa talvez seja uma das minhas maiores contribuições. Para mim, enriquece muito ensinar aos meus alunos quais são os problemas da síntese do jornalismo, como era o nariz de cera do passado, para que eles aprendam o correto. Toda vez que encontro meus ex-alunos, fico muito feliz quando vejo que eles aprenderam.

GU - Pode explicar como é a sua linha de pesquisa sobre Mídia Sonora?
LM - A intenção dessa pesquisa é fazer com que as novas gerações acabem com essa “rádio brega” - que é o verdadeiro “vitrolão” - e tragam cultura. O Roquette-Pinto já dizia: “o rádio é o jornal dos que não sabem ler”. Acho que nós temos que mudar esse rádio policialesco, que não leva a lugar nenhum. Uma das partes mais fortes da minha pesquisa é a questão do uso da dramatização no rádio. Eu fiz muita radionovela, e esse é um formato que não pode ser jogado fora. O rádio ainda é um dos grandes meios de comunicação do mundo.

GU - O que o prêmio Luiz Beltrão significa para o senhor?
LM -
 Eu convivi de perto com o Luiz Beltrão, que é o patrono do prêmio. Fui “foca” do Luiz Beltrão, aprendi muito com ele. Então, durante todo o evento, quis dar esse testemunho, sobretudo para falar como ele era como pessoa. Eu juntei Roquette-Pinto com Luiz Beltrão e foi um orgulho para mim.
Luiz Maranhão (Foto: Daniela Nader)Luiz Maranhão contou que conviveu de perto com o Luiz Beltrão, homenageado pelo prêmio
(Foto: Daniela Nader) 

FONTE: http://redeglobo.globo.com/globouniversidade/noticia/2011/09/em-entrevista-luiz-maranhao-fala-sobre-pesquisa-em-midia-sonora.htmlAcessado em: 19.03.2013.